A YT 2400 da
Leandra era um cargueiro leve, modelo menor de 24 m². Havia uma rampa de carga
no extremo oeste da nave e uma rampa individual para o corredor principal, no
leste da nave. Nesse corredor haviam três portas, ao norte ficava a cabine de
pilotagem, ao sul uma área de fuga e a esquerda um corredor que dava para o
interior da YT, ligando o corredor principal a ala da oficina.
No centro do interior
da nave ficava o salão, lá havia uma escada em espiral que levava até a área de
tiro do cargueiro, ao norte do salão ficavam os quartos dos tripulantes e a ala
médica, ao sul ficava a sala de engrenagem, ao leste do salão ficavam o quarto
do capitão e a oficina e ao oeste ficava a área de carga.
…
A viagem seria longa,
a região ficava, praticamente, do outro lado da galáxia. Leandra estava na
cabine de comando sentada na cadeira em frente ao painel verificando sempre o
trajeto a frente, e atenta a qualquer problema.
- Por que não
descansa? Eu fico aqui. - Disse Hector despertando Leandra de seu estado de
"semi concentração", já que estava meio concentrada e viajando em sua
própria cabeça.
- Não te deixaria
pilotar minha nave nem em mil anos. - Disse ela apenas, continuando o que
estava fazendo.
Ele sentou no banco
do lado. No total eram quatro bancos na cabine, dois na frente e dois atrás.
- Onde está seu novo
amigo? - Perguntou ela, de súbito.
- Identificando as
configurações da nave, procurando danos, essas coisas.
- Espero que só
olhando, não quero que ele mexa nas configurações.
O rebelde emitiu um
grunhido de desdém.
Eles ficaram em
silêncio por alguns minutos, até que Leandra o quebrasse.
- Me conte tudo que sabe
sobre a região desconhecida. – Disse ela então.
- Já foi até lá –
Respondeu Hector. – Deve saber mais do que eu.
- Sim, quero saber o
que você sabe.
- O bastante.
- Bastante quanto? –
Insistiu Leandra.
– Muito bem.- Cedeu o
homem. - Mas o que sei é apenas teórico.
- Ótimo. – Cortou
ela.
Ele começou a falar
meio a contra gosto. - Como deve saber, a região desconhecida ou caos, se
preferir, é a parte da galáxia praticamente inexplorada pelos historiadores.
- Diga algo de
construtivo. – Interrompeu Leandra com impaciência.
Hector deu um longo
suspiro exasperado antes de continuar. – Se quer me ouvir vai ter que ouvir
tudo. – Disse ele com certa irritação. - Como eu estava dizendo, como é um
lugar praticamente inexplorado há muitas lendas e exageros sobre esse lugar, e
é muito difícil separar os mitos da realidade. Pesquisei tudo que batia com
outras pesquisas.
- Não é o bastante. –
Disse Leandra.
- Como? Queria que eu
visse os contos infantis também?
- Toda lenda tem
alguma base na realidade. E é melhor se precaver. – Respondeu a caçadora
calmamente.
- Temos muito tempo
aqui, então porque não me conta seus contos. – Disse Hector com desdém.
- Não sei se é uma
boa ideia agora. Pode ficar com medo e desistir da viagem.
O droide entrou na
cabine zumbindo e assobiando.
- O que foi? –
Perguntou Leandra alarmada. – Alguma coisa com a minha nave?
- Não. – Respondeu
Hector. – Pedi para que ele pesquisasse tudo que fosse relevante para a viagem,
parece que ele acreditou nos contos sobre a região desconhecida.
- Então trate de
acalmar seu droide, já tenho trabalho o bastante aqui. – Falou ela com
irritação.
…
- Não BB 4, não acho
que tem um monstro do tamanho de um sol. – Disse Hector tentando acalmar o
droide.
- Realmente, no
máximo do tamanho de uma lua. – Respondeu Leandra saindo da cabine
- bip, bip zuuuuum?-
Perguntou o droide.
- Não acredite em
nada do que ela fala entendeu. – Sussurrou Hector. – O que foi. – Ele se dirigiu
a caçadora.
- Estamos chegando em
Coruscant. – Respondeu ela.
- Ótimo, pare lá,
preciso fazer algumas coisas.
- Tem certeza, a
cidade está uma baderna desde que acabou a guerra. – Disse Leandra mais do que
depressa.
- Algum problema. –
Hector arqueou uma das sobrancelhas com desconfiança.
- Nenhum, só acho que
não será uma boa ideia.
- Não é uma opção. –
Respondeu ele.
- Ficarei na nave
então. – Disse ela por fim.
Eles pousaram sem
problemas em Coruscant, enquanto Leandra fazia o pouso, Hector deu algumas
instruções ao BB-4. Elas eram seguidas por alguns bips e assobios do droide,
que logo eram respondidos.
- Eu preciso que fique
na nave. Não, ela não vai matar você. Preciso que fique de olho nela, não a
deixe sair da nave. Não vou poder responder enquanto tiver fora, mas tome isso.
– Ele deu um pequeno dispositivo ao BB-4 que pareceu engoli-lo. – É um
dispositivo de localização caso eu volte e vocês não estejam na nave. Se ela
conseguir sair siga-a. Vá escondido. Não, eu não vou esquecer você em
Coruscant.
Leandra abriu a
escotilha para Hector e fechou assim que ele saiu, então foi até o seu quarto,
colocou sua armadura leve e seu manto esfarrapado. Abriu novamente a escotilha e
quando se preparou para sair BB-4 se pôs na frente.
- Saia droide, eu
preciso passar. – A caçadora tentou passar por ele, mas ele se colocava na frente.
Ela deu um passo para
trás e pegou a blaster. – Saia da frente agora! – Ordenou com firmeza, mas
surpreendentemente o droide não saiu.
Ele apenas reproduziu
a gravação da própria caçadora em holograma.
- Esperto. – Disse ela
com verdadeira admiração, guardando a arma no coldre. – Mas está blefando, não
vai chamar Hector, eu ouvi o que conversaram, ele não pode responder.
BB-4 então em um ato
de coragem, tirou sua própria arma e a disparou perto da caçadora, seu pequeno
choque elétrico.
- O quê?! – Leandra deu
um pulo para trás com destreza, e se o droide não tivesse feito isso, o tiro teria
pegado em cheio na caçadora. Outro tiro veio logo depois do primeiro, mas
Leandra já tinha se escondido atrás de uma proteção, assim como BB-4 que se
colocou em um canto tremendo.
- Desista Leandra. –
Ela ouviu a voz ao longe. – Está cercada.
A caçadora pegou um
pequeno objeto em seu cinto. – Me dê um minuto. – Gritou ela de volta. Depois
sussurrou para o droide. – Eu vou jogar a granada de fumaça e fechar a nave, as
armadilhas estão prontas, então, por hipótese nenhuma toque na fuselagem. Me de
algo que eu possa segurar e guiar você.
O droide abriu um
compartimento e estendeu o o braço robótico que usava para segurar as coisas,
uma espécie de fio de cobre com uma garra na ponta.
- Segure no meu cinto
e quando eu disse esteja pronto para correr. – Leandra apertou o dispositivo e
jogou, logo ele começou a soltar muita fumaça branca. – Agora! – Ela puxou a
alavanca para fechar a escotilha e saiu antes dela se fechar por completo,
correndo em disparada.

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